Em 02/05/2012 às 12h33 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

União manda somente 2% dos recursos para a reconstrução de Guidoval

Quatro meses após a enchente que arrasou a cidade de Guidoval, deixando o município de pouco mais de 7.000 habitantes destruído pelas águas do rio Xopotó, pouca coisa mudou. Dos R$ 20 milhões solicitados pela prefeitura local à União para a reconstrução da cidade, apenas R$ 450 mil foram liberados. Pouco mais de 2% do total necessário para o reerguimento do município.
O Ministério da Integração informou que irá enviar outros R$ 2,3 milhões ainda no início de maio para as obras. O valor, quase dez vezes menor do que o solicitado, não tem previsão de ser revisto, de acordo com a pasta.
O prefeito de Guidoval, Élio Lopes, lamenta que a única intervenção em andamento na cidade seja a colocação de uma nova ponte de acesso ao município, obra que está sendo custeada pelo governo do Estado. "Fizemos a limpeza. Agora, precisamos de recursos para calçar as ruas, reconstruir tudo. A União irá enviar os R$ 2 milhões, mas o dinheiro não é suficiente. Vamos ter que fazer escolhas".
A reportagem do Jornal O Tempo percorreu as ruas do município e constatou a permanência do cenário de devastação, onde falta calçamento e sobra poeira no ar. Na estrada que liga a cidade a Ubá, buracos no asfalto e erosões também demonstram que os estragos da chuva na rodovia foram ignorados. Algumas casas, destelhadas e sem janelas, acabaram sendo abandonadas pelos moradores, contribuindo para um clima desolador e de abandono.
"Muitos foram morar em cidades vizinhas. Ninguém quer viver em um pesadelo", contou o comerciante Fábio Pacheco, 61. "Quem nunca veio aqui deve achar que chegou a um vilarejo da zona rural perdido por aí", desabafou o aposentado Elvécio de Paulo Moura, 63.
População critica localização de nova ponte
O local onde a nova ponte está sendo construída em Guidoval é motivo de discórdia entre os moradores da cidade. Para eles, o lugar escolhido é muito distante de onde ficava a antiga estrutura e causa transtorno para a população que precisa acessar o centro da cidade. "Quem não tiver carro vai sofrer com as consequências. Era preciso ter pensado nisso", afirmou o engenheiro José Vanildo Rico, 43. Para outro morador, o problema será maior para quem mora do outro lado do rio. "Terão que dar uma volta para chegar até o centro", disse o contador Danilo Reis, 34.
De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop), responsável pela intervenção, o lugar foi decidido após um estudo de pontos onde não haveria risco de novas cheias. Segundo o órgão, a obra custará R$ 18 milhões e deve ficar pronta em junho. (Por Jhonny Cazetta, para o Jornal O Tempo)
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